Por Charles Spurgeon
Meus caros irmãos, quando lhes dizemos que cuidem bem da
sua vida, queremos dizer que sejam cuidadosos até com as minudências do seu
caráter. Evitem as pequenas dívidas, a impontualidade, fazer mexericos, dar
apelidos, contendas minúsculas, e todos aqueles pequenos males que enchem de
moscas o unguento. As auto-indulgências que têm rebaixado a reputação de
muitos, não podemos tolerar. As familiaridades que têm lançado suspeita sobre
outros, temos que evitar castamente. Da grosseria que tem tornado alguns
odiosos, e das futilidades que tornaram muitos desprezíveis, temos que nos
descartar. Não podemos permitir-nos correr grandes riscos por causa de pequenas
coisas. Tenhamos o cuidado de conduzir-nos de acordo com a regra: “Não dando
nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado”.
Com isto não se quer dizer que devemos manter-nos presos
a quaisquer caprichos da sociedade em que nos movemos. Em regra, odeio as modas
da sociedade e detesto os convencionalismos, e se eu achasse que a melhor atitude
seria pisar numa regra de etiqueta, sentir-me-ia gratificado ao fazê-lo. Não;
somos homens, não escravos; e não devemos renunciar à nossa liberdade varonil
para sermos lacaios dos que fingem gentileza ou alardeiam polidez. Entretanto,
irmãos, de tudo que se aproxima da grosseria que cheira a pecado temos que
fugir como fugiríamos de uma víbora. Para nós as regras do Conde Chesterfield
(1694-1773) são ridículas; não, porém, o exemplo de Cristo. Ele nunca foi
grosseiro, baixo, descortês ou indelicado.
Mesmo em vossas recreações, lembrem-se de que são
ministros. Quando estão fora da mira, ainda continuam sendo oficiais do
exército de Cristo, e, como tais, não se rebaixem. Mas, se devemos observar com
cautela as coisas mínimas, quanto cuidado devemos ter nas grandes questões da
moralidade, da honestidade e da integridade! Nestas é preciso que o ministro
não falhe. Sua vida particular deve estar sempre em harmonia com o seu
ministério, ou, do contrário, o seu dia se porá com ele, e quanto mais cedo se
afastar, melhor, pois a sua permanência nesse ofício servirá somente para
desonrar a causa de Deus e ocasionar a ruína de si mesmo.
Fonte:Lições aos Meus Alunos, Vol. 2 (Editora PES), p.
21-22.
Do Site monergismo.com
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